7.4.11

O intrigante caso da padaria Torres

A família Gauthier é riquíssima, dona de um conglomerado alimentício composto por bares, padarias, lanchonetes e restaurantes em várias cidades do país. Falaremos hoje da panificadora Torres, sediada em Tubiacanga. Ela é o carro-chefe da Gauthier Ltda. na cidade.

A prefeitura municipal de Tubiacanga comprava pães franceses, roscas, brioches, sucos e refrigentes na panificadora Torres há décadas. Faz um ano que deixou de encomendar os brioches e os sucos, o que balançou o rendimento da empresa. Como é difícil vender brioche, o lucro da família Gauthier nesta padaria diminuiu um pouco, mas a Torres continuou a fechar no azul.

Por algum motivo, porém, a direção da Gauthier Ltda. considerou inaceitável essa queda de rendimento. Depois de muito discutir, resolveu que era hora de agir. De uma tacada, demitiu o coordenador da produção da panificadora, dois gerentes e seis padeiros. A família Gauthier estava certa de que era a melhor opção. Ela considerava que a produção ali havia caído bastante, então faria sentido diminuir o tamanho da cozinha mesmo com a demanda aumentando dia após dia.

Para substituir os demitidos, o quitandeiro da lanchonete Vida Legal passou um dia na panificadora Torres, um dos padeiros passou a gerenciar a produção e os balconistas, que até então assavam pães apenas como aprendizado, começaram a fazer brioches e roscas enquanto atendiam ao público. Insatisfeitos, todos mudaram de trabalho nos meses seguintes. Para a família Gauthier, não faz mal. Ela mora longe de Tubiacanga e a economia valeu a pena. A panificadora continua ali, com novos padeiros-balconistas.

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