De segunda a sexta-feira, sempre ao cair da noite, aquela negra passava apressada, displicente; imprudente, até.
Tudo o que ele podia fazer era jogar uma piscadela — e dessa forma agia diariamente, incansável. Imóvel ao lado da pista, não perdia qualquer chance de flagrá-la.
E assim cada piscada fazia reluzir a rua, convertia esse momento diário em fotografias inesquecíveis. Por algumas semanas enviou cada um desses retratos a ela, sua razão de existir, e não obteve resposta.
Até que certo dia a caminhonete foi apreendida por excesso de multas em uma blitz do Detran. O radar fixo jamais a viu novamente.
Um comentário:
Que ótimo te ver escrevendo com frequência de novo, eu podia passar dias lendo. Não para de novo, viu?
Beijo!!
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